sábado, 6 de agosto de 2016

Sobre topos de bolo e o machismo cotidiano

Há um mês (mais ou menos), eu e a Ju estávamos na 25 de março procurando algumas coisas variadas para festa de casamento e uma das coisas que mais me chocou foram os topos de bolo - sabe aqueles noivinhos feitos de biscuit?

Claro que havia uma grande variedade de tipos e poses, mas a maioria deles era uma variação de algo como esse:

Fonte

Ou esse:

Fonte

Ou esse:

Fonte

Entende o que eu estou querendo dizer?

Essa cultura de que a mulher precisa arrastar o homem até o altar, em uma antítese à (também horrível) imagem de um homem das cavernas puxando uma mulher pelos cabelos até uma caverna, é, além de bizarra, degradante.

E não digo aqui só para a noiva, mas para a instituição "casamento".

Eu não acho que exista nada exatamente sagrado em um casamento. Ele é um contrato, um acordo entre duas partes, destinado a um fim comum - em uma época não muito antiga, ele era um contrato entre famílias.

Como todo contrato, ele precisa ser celebrado de livre vontade, sob pena de já nascer viciado.

Agora me conta: como raios alguém gostaria de entrar em um contrato, que dirá um casamento, com um parte que está lá contra a sua vontade? Qual é a chance disso dar certo?

Um conselho (de alguém que, por sinal, não planeja em casar): só case com alguém que esteja tão empolgado quanto você com essa possibilidade.

Depois disso, só tenho mais uma coisa a dizer:


"Por que eu sou mulher, esperam que eu almeje o casamento. Esperam que eu faça as escolhas da minha vida sempre pensando que o casamento é o mais importante. Que o casamento é fonte de alegria, amor e suporte mútuo. Mas por que ensinamos as meninas a sonharem com casamento e não ensinamos o mesmo aos garotos?" [Trecho do discurso de Chimamanda na música Flawless de Beyoncé: (Fonte: Empodere Duas Mulheres)]

2 comentários:

  1. Eu sou de uma geração que foi criada para casar, ter filhos e ao mesmo tempo para estudar, ter uma carreira e ser independente. Isso gerou conflitos internos em muitas mulheres da minha idade (55, caso queiram saber).
    Acho que hoje em dia há muito mais liberdade de escolha, sem tantas cobranças. Sem tantas...mas sei que ainda há. Procuro respeitar a opção das minhas filhas: "não quero casar, não quero ter filhos, ou quero ter filhos adotados..." O importante é ser feliz!
    Iara


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  2. Eu sou de uma geração que foi criada para casar, ter filhos e ao mesmo tempo para estudar, ter uma carreira e ser independente. Isso gerou conflitos internos em muitas mulheres da minha idade (55, caso queiram saber).
    Acho que hoje em dia há muito mais liberdade de escolha, sem tantas cobranças. Sem tantas...mas sei que ainda há. Procuro respeitar a opção das minhas filhas: "não quero casar, não quero ter filhos, ou quero ter filhos adotados..." O importante é ser feliz!
    Iara


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